sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Californication


Deixo aqui registrado minhas considerações sobre o disco que tem me impulsionado nesses últimos tempos: Californication do Red Hot Chili Peppers.
Guilherme, meu companheiro de banda e também de confusões & trapalhadas mil (rsrsrs), me disse em uma conversa que tivemos sobre discos de nossa estima. Que o dele era o disco em questão por ter sido um presente que recebera de seu pai. Achei meio estranho na época por que não considero esse o melhor disco dos Peppers.

Depois de um bom tempo ouvindo muito material da carreira solo do John Frusciante e ao mesmo tempo lendo muita coisa sobre ele. Vi o famigerado documentário “Stuff” que mostra John na sua pior fase do vicio em heroína. O final dos anos 90 de John pode ser definido em: Vicio em heroína, discos angustiados e controversos, deformação física, culminando com o abandono total e completo da música.



Aí começa a linda historia de Californication: Os peppers embora tivessem feito um disco muito bom sem Frusciante não tinham mais o mesmo prestigio. Estavam descambando pra um lado muito pesado e melancólico. Por fim Dave Navarro, o substituto de John, literalmente pede pra sair deixando a banda sem um guitarrista. Cogita-se o nome de Tom Morello, do Rage Against The Machine, algo que não se confirmou. Que bom!

Então Flea fica sabendo que John estava internado em um hospital para, mais uma vez, tentar se livrar do vicio e decide visitá-lo e conta pra Anthony Kiedis o estado deplorável que o (ex?) amigo se encontrava. Aí vem o ponto decisivo. Anthony decide ir ver John no hospital e este fica muito feliz com a visita inesperada. Reza a lenda que Anthony deu uma guitarra pra John de presente porque ele havia vendido todas as suas pra comprar drogas.

Então um dia Anthony e John vão a casa de Flea e tudo volta a ser como era. Ou melhor tudo passa a ser melhor do que era, pelo menos artisticamente. John nos primeiros trabalhos com os Peppers era extremamente virtuoso, coisa que no contexto atual da música não cabia mais. O mundo e a música se voltavam pra uma coisa mais simples, com mais Feeling. E é assim que defino esse disco: Feeling. Certo que não foi 100% proposital porque John estava reaprendendo a tocar e isso era o máximo que ele conseguia fazer. Mas esse é o grande diferencial. Um gênio, todos da banda são muito bons no que fazem mas pra mim gênio mesmo só o Fruscha, tocando simples e levando toda a banda nessa pegada.

Poderia se esperar um disco triste, melancólico se fosse levado em conta os trabalhos solos de John. Isso até aparece em alguns momentos do disco. Mas o que se destaca é a volta da alegria à uma alma sofrida. E é essa lição que tiro desse disco por mais que possa parecer piegas, tudo passa. Não há nuvem que dure pra sempre, uma hora ela vai embora e sol aparece de novo.

Pra ilustrar todo esse blah blah blah saca só o clipe de "Around The World" música que abre o disco com uma das melhores intro já feitas!


E pra quem ainda não tem esse disco. Pode achá-lo nesse blog aqui.